sábado, 31 de março de 2012

A descoberta de Feliz Ano Velho


Eu visitava a casa de amigos da minha mãe quando descobri um dos livros que vieram transformar minha adolescência numa série de questionamentos. Tinha apenas 13 anos ao me deparar com o livro Feliz no Velho, romance autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva.

Diante da estante repleta de livros (algo raro de se encontrar nas casas hoje em dia), acariciava os livros um a um, passeando os dedos entre eles, escolhendo títulos. De repente "Feliz Ano Velho" me captura pelo título. Depois, pela linguagem, coloquial, direta e repleta de palavrões. Na época, no meu universo, somente isso representava uma revolução. E mais, havia um pouco de amor, muito de sexo e uma história de verdade!

Lançado em 1982 - e lido por mim em 83 - o livro foi Best Seller na época. O livro conta a difícil experiência de Marcelo que devido a um acidente (bateu com a cabeça no fundo de um lago) ficou tetraplégico.

Depois de Rubens Paiva comecei a devorar livros. E via o mundo de uma outra forma "sempre com um olhar crítico". E ainda escrevi alguns romances os quais obrigava minhas melhores amigas lerem em voz alta, com pausas e interpretações duvidosas durante nossas madrugadas compartilhadas. Era hilário.

Não, Feliz Ano Velho não foi o melhor livro dos anos 80. Mas foi um dos que provocaram muitas revoluções filosóficas. Vale a pena.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Minhas Bandas Alternativas

Os anos 80 foram a eclosão de bandas de garagem. Eu adorava descobrir uma banda nova, ser a primeira a ouvir, conhecer a melodia e letra e os nomes dos integrantes das bandas. Para me manter atualizada ouvia rádios de rock (na época 89 FM) e comprava revistas sobre música como a BIZZ, além de outras coleções pouco conhecidas.

Desta linhagem conheci os replicantes, banda gaúcha, que me tocou com a música "Surfista Calhorda". Foi a primeira curtição no estilo punk rock. Chegaram a fazer um videoclip para a música e participaram da coletânea "Rock Garagem". Logo, Surfista Calhorda virou hit nas principais rádios.

O som começou a infuenciar meu visual. Fui deixando os camisões coloridos e leggins de lado. Meus cabelos eram charmosamentente despenteados, olhos bem marcados pela maquiagem e calças jeans rasgadas. Tênis sempre no pé, geralmente um all star cano longo preto Era o estilo punk invadindo as escolas.

Outras bandas do Rio Grande do Sul também estouraram na época como DeFalla, Garotos da Rua, Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós e TNT.

Já Os Replicantes fizeram vários shows em São Paulo, tocando ao lado de outras bandas como o Cólera, 365, Plebe Rude e Garotos Podres.

Outra banda que curti em 1986 foi Camisa de Venus. A música era "Bete Morreu" e fazíamos coro fácil nas reuniões com a galera. Várias músicas do Camisa de Vênus viraram hits e som obrigatórios nas festinhas regadas à keep cooler.

Já a Banda Zero apesar ser considerada do rock, tinha um estilo mais romântico, ou new romantic. Uma das músicas que mais rolava nos anos 80 era "Agora Eu sei", muito estranha, mas maneiríssima. Embora nunca tenha servido de tema para os meus romances adolescentes, era de certa forma, uma música para a reflexão, com seu ar gótico e diferente.

Saiba mais:

Replicantes - http://www.replicantes.com.br/

Engenheiros do Hawai - http://www2.uol.com.br/engenheirosdohawaii/

Nenhum de nós - http://www.nenhumdenos.com.br/

TNT - http://whiplash.net/bandas/tnt2.html

Cólera - http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3lera_(banda)

365 - http://www.portaldorock.com.br/365/principal.htm

Plebe Rude - http://http://www.pleberude.com.br/

Garotos Podres - http://pt.wikipedia.org/wiki/Garotos_Podres

Camisa de Vênus - http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/camisa-de-venus.asp

Zero - http://pt.wikipedia.org/wiki/Zero_(banda)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Overdose de bandas

Capa do disco do Capital Inicial ( eu tinha a Fita k7)


A mudança de escola em 1985 e a adoção de uma nova rádio (89 FM, a rádio do rock - ex Pool FM) me introduziu definitivamente no universo do rock brasileiro. Saboreei as canções do Kid Abelha e Suas Aboboras Selvagens (Como eu quero), Paralamas do Sucesso (com o delicioso Vital e sua Moto), Titãs (Sonífera Ilha, Marvin) e Barão Vermelho com Cazuza(Beth Balanço), entre outras bandas marcantes.

Meu grupo preferido era o Capital Inicial, que concorria (na minha mente insólita) com o Legião Urbana. Todas as músicas, de ambos, registram momentos diversos da minha adolescência, do primeiro beijo ao primeiro amor.

Costumava ir ao Shopping Iguatemi, numa loja de discos e ouvir todas as músicas do Capital Inicial. Adorava a faixa "Veraneio Vascaína" uma referência a polícia. Mas a música "Fátima", me induzia a retornar a agulha para a mesma faixa. Os vendedores não gostavam nem um pouco, porque eu saia dali sem comprar nada, mas com um estúpido sorriso no rosto.

História do Capital Inicial no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Capital_Inicial

Diretas Já (eram)

Foto: Manifestação das Diretas Já na Praça da Sé, em São Paulo


Em 1984 comecei meus primeiros envolvimentos políticos. O interesse começou na Escola onde cursava a oitava série (do antigo ginásio). Mas me lembro pouco do governo do general João Baptista Figueiredo, que decretou a Lei da anistia e possibilitou o retorno de políticos, artistas e demais brasileiros exilados de volta ao Brasil.

O fato marcante nesta época, e muito enfatizado nas escolas, era exatamente a fase de transição de governos. A partir daí fui acompanhando passo-a-passo na TV tudo o que acontecia na política do país. Me lembro da Campanha das "Diretas Já" em 1984 que mobilizou diversos artistas e me conscientizou sobre a importância da democracia. No entanto as eleições diretas não foram aprovadas pela Câmara dos Deputados e no dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria para presidente o deputado Tancredo Neves, que representou o fim do regime militar.

Com toda aquela transformação política, não tinha como deixar de me envolver. Era o clima geral .Mas Tancredo adoece e morre, e para aquela adolescente de 15 anos, morria uma espécie de mártir. Chorei horrores.. .

Assume o vice-presidente José Sarney. Meu interesse por política já não era tão intenso. Depois da minha rápida paixão pela política resolvi voltar ao rock...Mas agora com novas perspectivas.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

13 anos

Com 13 anos comecei a frequentar as chamadas danceterias. Principalmente as matinês, que me aproximavam de uma galera "roqueira pop" e altamente dançante. Assim, com jeans e camisetas, um belo "all star" no pé, estava-se preparado para uma aventura de fim de semana. Pelo menos eu acreditava nisso. Um som frequente nas baladas era do grupo Ultraje a rigor. "Nós vamos invadir sua praia" que tinha até coregrafia (ha, ha, ha) . A banda começou como cover do Beatles, mas teve influência de punk e new wave. Sua formação inicial era Roger, Leôspa, Sílvio e Scandurra (ele mesmo, do grupo Ira). Hoje, apenas Roger, idealizador da banda, continua desde a formação original. Outros músicas marcantes: "Eu me amo" e "Rebelde Sem causa". Site oficial desta banda http://www.ultraje.com/

Ah, detalhe: a minha primeria balada aconteceu no Rhapsody, mas depois surgiram points como Aeroanta, Toco, Over Night, Shampoo e Open Down.

E para os curiosos, os sons internacionais que rolavam naquela década era: SPRING LOVE - Stevie BLOOKING FOR LOVE - Tom Hucker, X-RAY VISION - TKAHOUSENATION - The HousemasterboyzGLORIA - RJ and FamilyHEADHUNTER - Front 242DON'T MISS THE PARTY LINE - Bizz NizzPUMP UP YHE PARTY - HassanYOU ARE THE ONE - TKASITUATION - YazooDON'T GO - YazooFASCINATION - Company BFREQUENCY - Altern 8.

E por ai vai...Nossa essa pesquisa foi do fundo do baú...rs

Outros Olhares


Perseguir o RPM era fácil. A cada hit, uma paixão. As letras das músicas, quase sempre românticas resultaram em um estrondoso sucesso que estrearam com o disco "Revoluções por Minuto". A banda fez tanto sucesso que ultrapassou a marca de 2,5 milhões de cópias e olha que naquela época, pirata era apenas o título da turnê do RPM, "Rádio Pirata ao Vivo".


Com os integrantes Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo P.A. Pagni, a banda registrou sucessos deliciosos com "Olhar 43", "Alvorada Voraz", "London, London" e uma das minhas preferidas " A Cruz e a espada".
Mais sobre o RPM no site http://pt.wikipediaorg/wiki/RPM_(banda)

A Cruz E A Espada
RPM
Composição: Paulo Ricardo

Havia um tempo em que eu vivia
Um sentimento quase infantil
Havia o medo e a timidez
Todo um lado que você nunca viu
Agora eu vejo,Aquele beijo era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim
E agora eu ando correndo tanto
Procurando aquele novo lugar
Aquela festa o que me resta
Encontrar alguém legal pra ficar
Agora eu vejo, aquele beijo era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim {2x}

E agora é tarde, acordo tarde
Do meu lado alguém que eu não conhecia
Outra criança adulterada
Pelos anos que a pintura escondia
E agora eu vejo, que aquele beijo era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim

domingo, 7 de setembro de 2008

O pop 80




Os anos 80 iniciaram (no meu ponto de vista) com um certo romantismo patético. As letras eram felizes e apaixonadas, traduzidas por artistas como Marina, Guilherme Arantes, Rádio Táxi, A Cor do Som, Clayton e Cledyr, Eduardo Dusek, Baby Consuelo entre outras.

Mas apesar de pacíficas demais, eram agradáveis e de apelo fácil. O pop começa a pulsar na veia. Mas eis que, anos depois, sinto o palpitar acelerado no peito ao ouvir o rádio. A descoberta foi lá pelos idos de 84. Era ninguém menos que o RPM (Revoluções por Minutos), com o vocalista Paulo Ricardo e o hit "Loiras geladas".

Essa música era algo de novo pra mim. Num ritmo contagiante, embora fácil. E além do mais, tinha o Paulo Ricardo, com uma voz rouca, o cabelo cumprido e aquele olhar sexy. Depois dessa música, nunca mais eu seria a mesma.






Loiras Geladas- RPM

Disfarça e faz que nem me viu, não me ouviu te chamar
Desfaz assim de mim que nem se faz com qualquer um
Agora eu sei
Passei por cada papel e rastejei, tentando entrar noseu céu
Agora eu sei, sei, sei Passei por cada papel me embriaguei e acordei numbordel
Já sei que um é pouco, dois é bom, três é demaisEu fico louco de ciúmes de um outro rapaz
Agora eu seiPassei por cada papel e rastejei, tentando entrar noseu céu
Agora eu sei, sei, sei Passei por cada papel me embriaguei e acordei numbordel
Na madrugada, na mesa do barLoiras geladas vêm me consolar
Qualquer mulher é sempre assim vocês são todas iguais
Nos enlouquecem então se esquecem já não querem mais Agora eu sei
Passei por cada papel e rastejei, tentando entrar noseu céuAgora eu sei, sei, sei
Passei por cada papel me embriaguei e acordei numbordel
Mas, muito mais
Na madrugada, na mesa do bar
Loiras geladas vêm me consolar
Passei por cada papel e rastejei
Passei por cada papel me embriaguei e acordei num bordel